terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Orçamento Familiar: Um Passo a Passo Simples Para Organizar as Finanças da Sua Casa

Orçamento familiar: muitos sabem da sua importância, mas poucos o fazem.

Provavelmente, você se encaixe neste rol de pessoas.

Também é provável que você já conheça um pouco deste tema, sobretudo se você costuma acompanhar o Clube do Valor.

Eu sempre defendo que a criação de um orçamento é um ponto chave na sua busca pela independência financeira.

Porque ele compõe a base de um dos temas mais importantes para quem almeja o sucesso financeiro: o planejamento.

Sem um planejamento financeiro adequado, você dificilmente conquistará seus objetivos.

Saber disso é fácil.

Difícil mesmo é parar tudo para trabalhar no seu orçamento. Especialmente quando se vive em família.

Planejar e colocar em prática um orçamento familiar pode ser bastante complicado se alguns membros não estiverem dispostos a fazer concessões.

Às vezes é preciso abrir mão de itens supérfluos.

Refeições fora de casa (saiba como – e quanto – eu economizei por não fazer refeições mais fora de casa neste artigo), idas a shows, ao cinema ou ao shopping center são apenas alguns exemplos de atividades que geram gastos.

Gastos estes que, frequentemente, precisam ser revisados.

Se para um casal tomar essas decisões já é difícil, agora imagine uma família com filhos.

Nesse contexto, cada um tem suas prioridades, necessidades e vontades próprias.

Enfim, fica bem claro que não é nada fácil planejar e colocar em prática um orçamento doméstico.

E é justamente por isso que escrevi este artigo.

Aqui, vou lhe apresentar um passo a passo simples de como planejar um orçamento familiar e como colocá-lo em prática!

Vou ensinar detalhes preciosos, como:

Se você já tentou colocar em prática um orçamento familiar e não teve sucesso, dê mais uma chance para essa tática que pode mudar a sua vida financeira.

Para ajudar os seus familiares a entender a importância do planejamento, compartilhe esse artigo com eles:

Se você é a pessoa que resiste em formular um orçamento doméstico, recomendo que leia este artigo até o fim.

Tenho certeza de que farei você mudar de ideia!

A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO FAMILIAR

Uma família é muito semelhante a uma pequena embarcação em alto mar.

Cada integrante é responsável por pegar o remo e contribuir para que o barco continue na direção correta.

Há aqueles que assumem o comando e ajudam os outros a continuar remando.

Porém, também temos pessoas que preferem largar o remo enquanto os outros fazem o trabalho pesado.

Ou pior: há aqueles que remam na direção contrária a todos os outros.

Definir um orçamento doméstico é dizer para os integrantes de uma família qual é a direção que o barco deve seguir.

Se você não sabe para qual direção levar a sua embarcação, faz diferença remar ou não remar?

É como diz o velho ditado de Lewis Carroll, o renomado autor do clássico “Alice no País das Maravilhas”:

Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve.

Portanto, defina um orçamento doméstico para poder levar a embarcação (sua família) para a direção correta!

#1 – ANOTE TODOS OS GASTOS

O primeiro passo para estabelecer um orçamento familiar é anotar todos os gastos realizados pela família.

Não adianta passar batido por esse ponto.

É preciso ser bastante minucioso na hora de detalhar e levar em conta todos os gastos de todos os integrantes da casa.

Parece complicado, não é mesmo?

Para nossa sorte, há uma forma muito fácil de lidar com essa atividade: separar todos os gastos em despesas fixas e despesas variáveis.

Essa divisão também será muito importante na condução do passo #2 da implementação do orçamento familiar.

Eis uma forma de divisão das despesas:

  • Despesas fixas: alimentação básica, aluguel do imóvel, financiamento da casa própria, condomínio, mensalidade da academia, conta de água, conta de luz, conta de gás, mensalidade da escola/colégio/faculdade, salário da empregada, seguro do carro, seguro de vida, seguro residencial e despesas com o transporte.
  • Despesas variáveis: idas ao cinema/shopping, refeições fora de casa, gastos com passeios, mensalidade da internet e TV a cabo, produtos e serviços de beleza (salão, perfumes, cremes), despesas com animais de estimação, lazer de uma forma geral (futebol de final de semana, viagens de férias ou feriados, festas e reuniões com os amigos) e conta do cartão de crédito.

Organizar todos os gastos não é uma tarefa fácil.

Mas com essa divisão torna-se algo muito mais simples e possível de se fazer.

Nesse momento, é realmente muito importante contar com a colaboração de todos os integrantes da família.

Se alguma despesa importante for omitida nesta etapa, vai ser mais difícil lidar com os próximos passos do orçamento familiar.

Relembre a analogia do barco em alto mar e peça a ajuda de todos na definição de todos os gastos.

Anotar todas as despesas nos primeiros dias pode ser complicado.

Porém, com o tempo, adquire-se prática e em umas poucas semanas sua família vai adquirir o hábito de manter o controle sobre todos gastos.

Agora você pode estar se perguntando: como eu devo controlar as despesas?

Isso realmente não importa!

Se você vai usar uma planilha, um pedaço de papel ou aplicativo para smartphones, o importante é anotar todos os gastos e não perder nada de vista.

#2 – CORTE DESPESAS

Essa com certeza é a parte mais difícil do orçamento familiar.

É complicado abrir mão de alguns supérfluos, especialmente quando eles já fazem parte de sua rotina.

Entretanto, cortar as despesas vai ficando mais fácil à medida que você anota os gastos com mais frequência.

Sabe como?

Imagine a seguinte situação descrita abaixo:

  • Todos os meses o seguinte gasto é anotado na lista de despesas variáveis de sua família: R$ 300 com a conta de telefone celular
  • Uma rápida análise permite-nos concluir que essa é uma despesa recorrente (tem acontecido por pelo menos três meses seguidos), permanecendo sempre com esse valor alto
  • Essa quantia representa um percentual considerável da renda familiar total, algo que fique entre 10% e 20%
  • A família dispõe de outras formas de comunicação, especialmente aquelas que usam a internet

O que seria melhor:

  • Transformar esse gasto em uma despesa fixa?
  • Trabalhar para reduzir os gastos com o telefone celular?

Dois argumentos ajudam a sustentar a segunda opção na tomada de decisão.

O primeiro deles é o fato de estarmos falando de uma despesa variável.

Já que ela pode mudar consideravelmente dependendo da frequência de uso, a opção de reduzir passa a ser uma forte candidata entre as duas escolhas.

Porém, outro fator acaba contribuindo bastante para a tomada de decisão: o impacto do gasto dentro do orçamento familiar.

Se uma única conta está abocanhando 10% de toda a renda de uma família, é preciso repensar seriamente o seu uso.

É normal isso acontecer com alguns gastos fixos, como o aluguel ou financiamento imobiliário.

Mas isso não é normal para contas variáveis.

É por isso que, nesse caso, o melhor seria trabalhar para reduzir os gastos com telefone celular.

Há diversas alternativas:

  • Negociar o valor do plano com a operadora
  • Estudar uma mudança de operadora
  • Mudar os planos de pós-pago para pré-pago
  • Economizar em ligações para telefones de outras operadoras
  • Encontrar outros mecanismos de ligação que não gerem tantos custos, como mensageiros instantâneos que utilizam a internet

Eu sei que esse é apenas um exemplo de corte de despesa.

Mas é apenas um exercício para estimular o seu cérebro a pensar dessa forma com relação a todos os seus gastos.

Veja outras alternativas de corte de despesas para ajustar seu orçamento familiar:

  • Será que não é possível limitar as refeições em restaurantes e shoppings e optar por cozinhar em casa?
  • Em vez de ir com tanta frequência ao cinema, não seria melhor alugar um filme para assistir com a família e evitar a necessidade de pagar um ticket para cada um? Ou melhor: assinar um serviço como o netflix e assistir vários filmes no mês por um preço bem mais em conta?
  • Se o seu pet precisa tomar banho a cada 15 dias, seria possível fazer isso em casa pelo menos uma vez ao mês?
  • Se para manter a autoestima em alta você precisa ir ao salão uma vez por mês, seria possível reunir um grupo de amigas e conseguir um pacote de desconto?

Como eu disse, esses são apenas exemplos para incentivá-lo a buscar novas formas de cortar despesas.

Eles servem para estimular a sua imaginação.

Sempre há um lugar ou outro que pode render uma boa economia.

Até fiz um vídeo que pode inspirar você com algumas estratégias de como juntar dinheiro rápido. Dá uma conferida aqui:

Porém, de nada adianta economizar se você não colocar em prática o passo a seguir.

#3 – ESTABELEÇA METAS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO

Você está controlando todos os seus gastos e limitou todas as possibilidades de despesa.

Contudo, sua família está tendo dificuldades de colaborar e você não está vendo o dinheiro sobrar no orçamento familiar.

Qual é o problema de sua estratégia?

A falta de metas claras que vão ajudar a motivar os esforços de sua família.

Esse é o passo do orçamento doméstico que realmente dá um norte para todo o planejamento.

Até o momento, podemos dizer que a estratégia ensinou a família a remar da forma correta e parar de desperdiçar energia.

Agora é preciso direcionar o barco para a direção correta.

Para fazer isso, estabeleça metas que atendam às necessidades de cada um dos integrantes da sua família.

Neste momento, mais uma divisão ajuda a definir essas metas: pense sempre em curto, médio e longo prazo.

Assim, você terá mais facilidade para definir prioridades e entender exatamente como dividir o dinheiro controlado pelo orçamento familiar.

Um bom exemplo de metas bem definidas:

  • Curto prazo (daqui a 1 ou 2 anos): guardar dinheiro para fazer uma viagem nacional em família, manter o orçamento doméstico totalmente controlado, comprar uma bicicleta nova (filho), investir em um curso de maquiagem (mãe e filha), comprar/construir uma churrasqueira (pai)
  • Médio prazo (daqui a 3 a 5 anos): trocar de carro, ingressar em uma universidade (filhos), voltar a estudar (pai e mãe), sair do aluguel
  • Longo prazo (daqui a 6 a 10 anos): guardar dinheiro para fazer uma grande viagem internacional em família, terminar de pagar o financiamento da casa, concluir os estudos (filhos), fazer uma segunda lua de mel (pai e mãe)

Mais uma vez: esses são apenas exemplos.

Exemplos que podem ajudar você a definir suas próprias metas (e da sua família) para o curto, médio e longo prazo.

Uma vantagem dessa abordagem é a possibilidade de incluir objetivos não financeiros na brincadeira.

Digamos que você queira aprender um novo idioma no médio prazo.

Embora isso possa exigir o investimento em cursos e viagens, vai ser necessário muita dedicação para cumprir esse objetivo.

A definição de metas segue o mesmo princípio do corte de despesas.

Quanto mais você faz, mais fácil fica de se fazer.

Portanto, coloque isso em prática para ajudar os integrantes de sua família a cumprir os dois primeiros passos do orçamento familiar!

 #4 – GERENCIE O ORÇAMENTO FAMILIAR

Depois de colocar em prática os três primeiros passos, fazer o mesmo com a quarta etapa é muito fácil.

Mesmo assim, muitos acabam ignorando.

Esta etapa consiste em você fazer uma manutenção do orçamento familiar.

O que seria esta manutenção?

Simplesmente lembrar os seus familiares de controlar os gastos, cortar despesas sempre que necessário e ressaltar as metas de curto, médio e longo prazo.

Para atender o quarto passo, você precisa se certificar de que está atendendo os três primeiros.

Simples assim!

Porém, essa simplicidade só é conquistada com o grande esforço que foi despedindo por toda a família.

No final das contas, o orçamento é familiar porque envolve todos os integrantes.

Todos precisam pegar o remo e levar o barco na direção correta.

Ao final da jornada, a recompensa é de todos.

CONCLUSÃO

Colocar um orçamento familiar em prática não é uma tarefa fácil.

Mas ela se torna menos complicada à medida que os integrantes começam a se ajudar e incentivar uns aos outros em cada uma das etapas.

E não importa qual seja o tamanho da sua família.

Se você não tem filhos ou possui 10, o orçamento doméstico pode ajudar a melhorar a relação entre os integrantes da família.

Além disso, também vai contribuir para que você alcance todas as suas metas financeiras.

Portanto, converse com seus familiares e coloque isso em prática hoje mesmo.

Estarei esperando para ouvir as boas notícias dessa nova fase de sua vida.

Gostou do artigo?

Então tenho certeza que você vai curtir outros artigos da série “educação financeira”:

E, caso você tenha ficado com alguma dúvida, deixe um comentário compartilhando-a comigo 🙂

Grande abraço,

Ramiro.

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