quarta-feira, 26 de junho de 2019

Dicas para investir em cervejas artesanais

Com o desemprego em alta, investir em cervejas artesanais pode ser uma saída. Afinal, o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja artesanal do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

Para se ter uma ideia, no Brasil, são produzidos 14 bilhões de litros anuais, e a tendência é crescente.

investir em cervejas artesanais

De olho neste nicho, foram abertas 210 cervejarias artesanais no país em 2018.  Nos primeiros nove meses do ano passado, saltou de 679 para 835 o número de cervejarias artesanais independentes em operação no Brasil.

O crescimento é de 23% comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Resultado: até setembro de 2018, o país possuía 169.681 produtos registrados por estas cervejarias.

Região Sul é a que possui o maior número de cervejarias

Confira a distribuição de cervejarias pelas regiões do Brasil:

Sul – 369;

Sudeste – 328;

Nordeste – 61;

Centro-Oeste – 51;

Norte – 26.

Entre os estados, o Rio Grande do Sul ocupa o primeiro lugar tanto em número de cervejarias (179) quanto em densidade (cervejarias X habitante).

No que diz respeito à quantidade de negócios deste tipo, São Paulo ocupa o segundo lugar, com 144.

Completam a lista:

Minas Gerais – 112;

Santa Catarina – 102;

Paraná – 88;

Rio de Janeiro- 56;

Goiás – 25;

Pernambuco – 18;

Espírito Santo – 16;

Mato Grosso – 12.

Cervejas artesanais: um mercado em crescimento

Cada vez mais os consumidores estão descobrindo e experimentando novos sabores e aromas da bebida que é preferência nacional.

A previsão para 2019 é que a indústria de cerveja artesanal continue crescendo.

Portanto, investir em cervejas artesanais é apostar em um mercado em crescimento. Quem garante é o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli.

Segundo ele, uma das tendências é a cerveja se interiorizar, ir para áreas onde é mais difícil encontrar uma cerveja artesanal.

E isso pode fazer com que o setor nos próximos anos ganhe fatia de mercado.

“Há cinco anos, tínhamos menos de 1% de mercado e hoje já chegamos a 3%. E a previsão para os próximos cinco anos é chegar até 6%, sendo um bom número comparado ao mercado brasileiro.”
Carlo Lapolli, presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal

Os consumidores da cerveja artesanal no Brasil

Uma pesquisa feita pela startup Mind Miners, em parceria com a AT Kearney, revelou curiosidades sobre o consumo de cervejas artesanais no Brasil.

Lembrando que esses dados são essenciais para quem deseja investir em cervejas artesanais.

O levantamento aponta que 65% dos entrevistados já provaram algum rótulo produzido por marcas de pequena escala.

Desses, 53% dizem ter experimentado cervejas artesanais, enquanto 12% afirmam consumi-las com frequência.

O motivo mais apontado pelos entrevistados para preferir uma cerveja artesanal é o seu o sabor diferenciado.

Ao comparar cervejas artesanais com cervejas de larga escala, 77% dos entrevistados dizem que a diferença de sabor entre as duas é gritante.

Já 59% concordam que a cerveja artesanal agrega mais qualidade ao produto.

Como é o consumo em cada região do país?

O levantamento da startup Mind Miners mostra mais um recorte regional interessante para quem vai investir em cerveja artesanais.

Enquanto nas regiões Sul e Sudeste, 18% e 15% dos entrevistados, respectivamente, dizem consumir cervejas artesanais com frequência, apenas 3% dos entrevistados da região Nordeste afirmaram o mesmo.

Por outro lado, os números ficam mais parecidos quando são analisados os entrevistados que dizem já ter experimentado cervejas artesanais algumas vezes:

– 53% no Sul;
– 57% no Sudeste;
– 43% no Nordeste.

Homens são os maiores consumidores

A pesquisa revela que homens de classe alta e com idade entre 25 e 40 anos são os principais consumidores de rótulos artesanais.

Portanto, um nicho que deve ser levado em conta para quem vai investir em cervejas artesanais.

Outro fator analisado foi a frequência de consumo. Os homens entrevistados informaram beber mais cervejas artesanais em casa e em bares do que as mulheres.

O resultado ficou 53% e 44%, contra 42% e 35%, respectivamente.

Já ao observar o consumo de artesanais entre os mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, apenas 28% dos consumidores dizem beber cervejas artesanais em casa.

Já entre as demais faixas etárias a média é de 51%.

Como montar uma microcervejaria?

Antes de começar a investir em cervejas artesanais, você precisa elaborar um um Plano de Negócio. Contudo, deve conhecer a fundo o processo produtivo.

Além disso, o empreendedor deve entender a qualidade do produto e ter criatividade para elaborar receitas. Afinal, nesse nicho de mercado, elas são essenciais.

A escolha do local e do espaço físico necessários para instalar seu negócio é uma decisão muito importante para o sucesso do empreendimento.

O local deve oferecer infraestrutura adequada e condições que propiciem o seu desenvolvimento. É fundamental avaliar, também, a facilidade do acesso a partir do perfil de sua clientela.

Outro fator que diz respeito à localização da empresa é estar de acordo com as normas da Prefeitura. Entretanto, tudo deve estar dentro do plano diretor para o exercício da atividade econômica.

Antes de comprar os equipamentos, é necessário que o empreendedor defina o perfil do negócio que pretende abrir: se será apenas uma fábrica ou haverá um bar para vender a cerveja artesanal produzida.

O empreendedor ainda poderá testar o potencial do mercado, produzindo a cerveja de maneira caseira, em pequena escala, o que requer um investimento muito baixo em equipamentos.

Outra possibilidade, antes de adquirir todos os equipamentos, é utilizar a estrutura já montada por outra microcervejaria, já que muitas possuem capacidade ociosa e alugam os equipamentos para produzir, engarrafar e rotular.

Como deve ser o processo produtivo?

Para você que vai investir em cervejas artesanais, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), são três os elementos fundamentais para produzir cerveja:

– água;
– malte;
– lúpulo.

Atualmente, cereais como milho, espelta, arroz e trigo também são utilizados em substituição parcial ao malte.

O açúcar, em pequenas proporções, também pode ser utilizado.

Em geral, o processo de produção da cerveja se divide em sete fases.

1 – Obtenção de mosto

A primeira fase do processo produtivo ocorre na sala de fabricação.

Nela, as matérias-primas (malte e adjuntos) são misturadas em água e dissolvidas, para obter uma mistura líquida açucarada chamada mosto, que é a base para a futura cerveja.

Os processos envolvidos são:

– moagem do malte e dos adjuntos;

– mistura com água;

– aquecimento (para facilitar a dissolução);

– transformação do amido em açúcar pelas enzimas do malte;

– filtração para separar as cascas do malte e dos adjuntos;

– adição do lúpulo;

– fervura do mosto para dissolver o lúpulo e esterilização do produto;

– resfriamento.

O processo de produção do mosto baseia-se exclusivamente em fenômenos naturais e é semelhante ao ato de cozinhar.

2 – Fermentação

A fermentação é a fase mais importante para definir o paladar da cerveja. Então, você que vai investir em cervejas artesanais deve ficar atento ao processo.

Após o resfriamento, acrescenta-se fermento ao mosto e essa mistura é acondicionada em grandes tanques, chamados de fermentadores (onde começa a fase de fermentação).

Nessa etapa, o fermento transforma o açúcar do mosto em álcool e gás carbônico.

Durante todo o processo é muito importante o controle preciso da temperatura, normalmente entre 10ºC e 13ºC, pois somente nessas temperaturas baixas o fermento produzirá cerveja com sabor adequado.

Paralelamente à transformação de açúcar em álcool e gás carbônico, o fermento produz outras substâncias, em quantidades muito pequenas, mas que são as responsáveis pelo aroma e pelo sabor do produto.

3 – Maturação

Após a fermentação, a cerveja é resfriada a zero grau. A maior parte do fermento é separada por decantação (sedimentação) e tem início a maturação.

Nessa fase, pequenas transformações ocorrem para aprimorar o sabor da cerveja.

Algumas substâncias indesejadas oriundas da fermentação são eliminadas e o açúcar residual presente é consumido pelas células de fermento remanescentes.

O período de maturação costuma levar de 6 a 30 dias, variando de uma cervejaria para outra.

Ao final dessa fase, a cerveja está praticamente concluída, com aroma e sabor finais definidos.

4 – Filtração

Após maturada, a cerveja passa por uma filtração, que visa a eliminar partículas em suspensão, principalmente células de fermento.

Isso deixa a bebida transparente e brilhante. Antes de iniciar a filtração, é possível utilizar centrífugas para reduzir ainda mais a quantidade de partículas em suspensão.

A fase de filtração não é obrigatória na produção de cervejas artesanais e sua realização depende do estilo de cerveja que o empresário quer elaborar. A maioria das cervejas diferenciadas não necessita de filtração.

Em alguns casos, ao passar por esse processo, a bebida pode perder sabores e aromas essenciais.

5 – Envase

O envase é a fase final do processo de produção. Pode ser feito em garrafas ou latas.

Durante esse processo, é fundamental garantir a assepsia das instalações e das embalagens para envase, para evitar contaminação.

6 – Pasteurização

Nessa fase, a bebida é aquecida a 60º C por um curto período de tempo. Esse processo aumenta a estabilidade microbiológica da cerveja.

No entanto, deve ser bem controlado. Isso porque pode ocorrer perda de sabor ou, até mesmo, conferir sabores ruins à bebida.

A pasteurização não é tão comum em cervejarias artesanais (não é obrigatória), pois depende do estilo de produção e do local onde será distribuída a cerveja.

A opção por pasteurizar ou não é decidida pelo fabricante junto ao responsável técnico da cervejaria, e pode ocorrer antes ou após o envase.

Quando não pasteurizada, a cerveja terá um prazo de validade menor e deverá ser mantida sob refrigeração.

7 – Embarrilamento

Esse processo ocorre após a filtração e consiste em armazenar a cerveja em baixa temperatura, dentro de barris sanitizados.

Para encher os barris, utiliza-se gás carbônico ou gás nitrogênio para pressurizar e garantir a estabilidade na espuma da cerveja.

Os barris cheios devem ser armazenados em câmaras frias até a bebida chegar ao consumidor final.

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