Quanto maior a pobreza em um país, maior é a desigualdade salarial. É o que mostra a Organização Mundial do Trabalho (OIT).
O Relatório Trabalho e Remuneração Salarial comparou os salários dos trabalhadores mundiais entre 2004 e 2017. Ele usou estatísticas relativas a 189 países.
A OIT revela que metade das remunerações pagas em todo o mundo fica nas mãos de 10% dos trabalhadores. Já aqueles que têm os salários baixos ficam apenas com 6,4% desse bolo.
Já a desigualdade salarial média entre os 10% trabalhadores mais pobres e os ordenados dos 10% do topo da pirâmide também é grande.
Enquanto os primeiros recebem, em média, 22 dólares mensais, os últimos receberam 7.445 dólares por mês.
Portanto, em termos absolutos, isso significa que 20% dos trabalhadores com ordenados inferiores – 650 milhões de pessoas – recebem menos de 1% do total de salários pagos em todo o mundo.
Enquanto 69% do total de rendimentos do trabalho vão para 20% dos trabalhadores, os outros 80% ficam com os restantes 31% da distribuição salarial.
“Os 10% mais pobres precisariam de trabalhar mais de três séculos para ganhar o que os 10% mais ricos ganham num ano”, disse o economista da OIT, Roger Gomis.
Por países, o relatório indica que os menos desenvolvidos são os que apresentam maior concentração salarial nas partes mais altas da tabela. São nações como a RD Congo, Costa do Marfim, Libéria, Níger ou Uganda.
Nesses países, 10% dos trabalhadores mais ricos concentram entre 70% e 80% do total de salários pagos.
Como é a desigualdade salarial no Brasil?
No Brasil, a desigualdade salarial vinha em tendência de queda, segundo os dados da OIT. No entanto, essa melhora foi interrompida pela crise.
De 2004 a 2016, a renda percebida pelos 10% mais ricos recuou de 47,75% a 40,91%. Em 2017, no entanto, voltou a subir, atingindo 41,36%.
Já o rendimento dos 10% mais pobres subiu de 0,49% a 1,11% entre 2004 e 2016, mas mostrou um recuo em 2017, para 1,04% do total.
Concentração de riqueza no mundo também é grande
As 26 pessoas mais ricas do mundo detêm a mesma riqueza dos 3,8 bilhões mais pobres, que correspondem a 50% da humanidade.
É o que mostra o relatório internacional divulgado pela Organização Não Governamental (ONG) Oxfam.
A fortuna dos bilionários aumentou 12% em 2018. Isso é o equivalente a US$ 900 bilhões (cerca de R$ 3,37 trilhões), ou US$ 2,5 bilhões por dia, conforme a Oxfam.
A metade mais pobre do planeta, por outro lado, teve seu patrimônio reduzido em 11% no mesmo período.
Além disso, desde a crise econômica iniciada em 2007, o número de bilionários dobrou no mundo. Eles passaram de 1.125 em 2008 para 2.208 no ano passado.
O relatório indica ainda que os homens têm 50% mais do total de riqueza do mundo do que as mulheres.
O documento chama atenção também para a necessidade de investimentos em serviços públicos. Destaque para educação e saúde, como forma de diminuir as desigualdades no mundo.
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