O Bradesco planeja fechar 300 agências em 2020. O dobro do encerramento das 150 unidades previsto para este ano.
Somados, os quantitativos correspondem a 10% dos 4.567 pontos de atendimento.
A decisão vem como parte do esforço da instituição para reduzir os custos da sua atividade operacional. Números que influenciaram o lucro líquido do terceiro trimestre.
A despesa administrativa do banco evoluiu 10,1% contra o terceiro trimestre de 2018. Ela pulou para R$ 11,12 bilhões, com impulso de maiores gastos com pessoal (aumento de 13%).
Além do fechamento das agências, o Bradesco lançou o PDV (Plano de Demissão Voluntária). O objetivo também faz parte do plano do banco na redução de seus gastos.
Contudo, a intenção da instituição é digitalizar produtos e processos. Além de uma realocação interna de funcionários focando nas agências digitais e no Next.
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Bradesco anuncia lucro de R$ 7,1 bilhões
Apesar de tudo, o Bradesco anunciou lucro líquido de R$ 5,8 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Um crescimento de quase 16,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
O segundo maior banco privado do país teve lucro líquido recorrente (que desconsidera efeitos extraordinários) de R$ 6,542 bilhões entre julho e setembro.
Uma alta de 19,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. O banco também apresentou crescimento de 10,5% na carteira de crédito expandida, para R$ 523,4 bilhões para R$ 578,3 bilhões.
A expansão veio do segmento de pessoas físicas, que subiu 19% em um ano, somando R$ 221,4 bilhões.
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Itaú e BB também confirmam fechamento de agências
O Itaú Unibanco também anunciou o fechamento de 400 agências em todo país até o final deste ano. Cerca de 3,5 mil funcionários já aderiram ao programa de demissão voluntária anunciado em setembro.
Contudo, as agências que serão fechadas estão a menos de 500 metros de outras agências e não devem impactar os clientes.
Além disso, o Itaú também lançou um programa de demissão voluntária, em setembro. Segundo a instituição, 50% dos colaboradores elegíveis para o desligamento aderiram ao programa.
Em junho, o Banco do Brasil anunciou uma reestruturação de suas agências. Embora, não esteja prevista redução de pontos de atendimento.
O banco deve transformar 333 agências em postos avançados (com estrutura menor e mais barata) e 49 postos de atendimento em agências.
Também serão abertas 42 agências em empresas. O objetivo, segundo a instituição, é “propiciar melhor experiência aos clientes e incrementar a eficiência operacional”.
Bancos de outros países passam por mesmo processo
Nos Estados Unidos, o processo ganhou velocidade. Entre junho de 2018 e junho de 2019, foram fechadas 2.624 agências no país.
Em um único mês, o JP Morgan, maior banco americano, ficou com 27 endereços a menos. Na Austrália, o número total de agências encolheu 11% nos últimos dois anos.
Para analistas do Morgan Stanley, existe espaço para reduzir até 14% do número de agências bancárias no Brasil. Fato que diminuiria em até R$5,5 bilhões os custos dessas empresas.
Por isso, os analistas do banco americano reiteram a sua visão de compra das ações dos maiores bancos brasileiros.
Ainda de acordo com os analistas do Morgan Stanley, os quatro maiores bancos brasileiros poderiam fechar até 2.100 agências, sem impactar materialmente a base de clientes.
Se a perspectiva otimista é de R$ 5,5 bilhões, a menos otimista é de R$4,2 bilhões, número ainda considerável e equivalente a 4% do lucro.
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