quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Pirâmides de Bitcoin: como funciona e como evitar

As pirâmides de Bitcoin têm se tornado cada vez mais comuns. A maioria com a promessa de ganhar dinheiro rápido e fácil.

As perdas de criptomoedas por roubo e atividades relacionadas a fraudes aumentaram no primeiro trimestre do ano para US$ 1,2 bilhão.

Ou 70% do nível de todo o ano de 2018, informou a empresa de segurança cibernética CipherTrace.

Pirâmides de Bitcoin
Pirâmides de Bitcoin: perda pode acabar com economias

Só no ano passado, as perdas por crimes no setor de moeda digital atingiram US$ 1,7 bilhão.

Coreia e Japão foram os locais onde ocorreram a maioria dos roubos em bolsas de criptomoedas, ou 58%, em 2018.

Além desses roubos, a pesquisa constatou que investidores e usuários de plataformas de câmbio perderam cerca de US$ 725 milhões em criptomoedas em 2018.

O motivo são golpes como oferta fraudulenta de moedas, hackers e esquemas de pirâmides.

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Como identificar um esquema de pirâmide financeira?

Uma pirâmide financeira é um tipo de golpe em que uma pessoa ou empresa oferece um investimento que tem algumas características particulares:

1 – alta rentabilidade: retorno financeiro muito acima dos investimentos tradicionais;

2 – garantia de rendimento: mesmo em operações arriscadas, esses esquemas costumam garantir retorno sobre o capital investido;

3 – ausência de produto: a companhia não deixa claro em quais produtos está investindo e não registra as aplicações em nome dos clientes.

4 – empresa irregular: ausência de registro em órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a B3, a bolsa de valores brasileira.

Por isso, desconfie de empresas que oferecem a possibilidade de ganhar dinheiro fácil e rápido.

Procure, portanto, informações sobre as companhias nas quais você está aplicando o seu dinheiro. E, se tiver qualquer dúvida, entre em contato com a CVM.

E é claro, busque empresas especializadas para investir o seu dinheiro. Os conselhos profissionais habilitados evitam dores de cabeça e ajudam a construir o seu patrimônio financeiro de uma forma bem mais segura.

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Os casos mais recentes de pirâmides de Bitcoin no Brasil

Os casos mais recentes de pirâmides de Bitcoin envolvem investimentos de alto lucro, que prometem pagar retornos acima de 1% ao mês, mas que na verdade se revelam verdadeiras armadilhas. Confira a seguir:

1 – Unick Forex

A Unick Forex é uma empresa do Rio Grande do Sul que ofertava investimentos em bitcoin. A promessa era dobrar o capital investido em seis meses.

Em outubro, os principais sócios da empresa foram presos pela Polícia Federal e tiveram seus bens apreendidos. Estima-se que a Unick Forex tenha movimentado mais de R$ 2 bilhões.

2 – InDeal Investimentos

Outro caso recente de pirâmides de Bitcoin é o da InDeal Investimentos. A pirâmide teria movimentado R$700 milhões de reais prometendo ganhos de 15% ao mês.

Em várias situações, as pessoas não se dão conta de que foram fisgadas em armadilhas relacionadas a investimentos.

Isso se deve ao fato de esses golpes serem sofisticados, trazendo sempre uma novidade para enganar novas vítimas.

Com uma aparência de legalidade ou de algo inofensivo, supostas aplicações financeiras são oferecidas como uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro de um jeito rápido e fácil.

3 – FX Trading

A empresa de Philip Wook Han, brasileiro filho de sul-coreanos, diz ter mais de 2 milhões de clientes. Atuando com forex e criptmoedas, teve sua atividade suspensa pela CVM em maio de 2019.

No entanto, a empresa segue em operação. Sua principal estratégia de captação de clientes foram os grandes eventos.

Projeto de lei visa reprimir fraudes com criptomoedas

O Projeto de Lei nº 2.060/2019, do deputado Federal Áureo Ribeiro (Solidariedade /RJ), visa reprimir fraudes com criptomoedas.

Ele tem 10 artigos e modifica alguns dispositivos do Código Penal, da lei sobre crimes contra a economia popular e da lei sobre o mercado de valores mobiliários.

Contudo, a proposta afirma logo no primeiro artigo que esses ativos digitais podem ser “utilizados como meio de pagamento, reserva de valor, utilidade e valor mobiliário”.

No entanto, o PL define que criptomoedas são uma espécie de valor mobiliário. Caso seja aprovado dará poderes à CVM para exercer seu papel fiscalizador sobre a transação ou oferta pública de tokens ou de criptomoedas em si.

O órgão poderia dispensar o registro de atividades com Criptomoedas e Bitcoin. No entanto, deverá analisar os “riscos e benefícios de cada autorização”.

A finalidade é “de instituir ambiente de testes de novas tecnologias e inovações em produtos e serviços no mercado de valores mobiliários”. Além disso, é necessário criar um ambiente seguro para as trocas de criptomoedas e tokens.

O documento também aborda a lavagem de dinheiro e a corrupção com o uso de criptomoedas. Isso fica mais claro na redação dos artigos que visam aumentar a pena para aqueles que cometem crimes contra a economia popular.

Bitcoin não é considerado pirâmide financeira

Muitas pessoas acreditam que o Bitcoin seja um esquema de pirâmide financeira e esse conceito errôneo tem se espalhado.

Sobretudo entre aqueles que desconhecem as criptomoedas e o seu significado dentro do mercado financeiro mundial. Esse entendimento, porém, está errado.

Os motivos são diversos. Diferente dos esquemas de pirâmide, no Bitcoin as informações são abertas e qualquer pessoa pode ter acesso ao código, analisando ou contribuindo para o mesmo.

Além disso, todo o histórico e operações também estão disponíveis para qualquer pessoa. O Bitcoin é uma moeda virtual e o seu preço está relacionado à oferta e demanda.

Desta forma a obtenção de lucro depende da valorização e do sucesso na negociação da dessa criptomoeda.

Ou seja, não existe lucro mínimo garantido. A valorização ou desvalorização da moeda dependem das variáveis do mercado, por exemplo, como diversos investimentos de risco.

Contudo, mesmo assim, alguns esquemas de pirâmide tentaram se apropriar da alta valorização do Bitcoin e foram responsáveis pelo prejuízo de inúmeros investidores.

De modo geral, esses esquemas prometiam lucro mínimo garantido e o pagamento de comissões pela indicação de novos investidores para os esquemas.

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