terça-feira, 31 de março de 2020

Economia da China: qual a influência para o mundo?

A economia da China deve desacelerar em 2020 por causa do coronavírus. De acordo com a empresa americana de consultoria Bain & Company, a queda deve ser significativa.

A empresa prevê que pandemia custe aos cofres do país asiático o montante de US$ 70 bilhões. Valor que representa uma redução de 0,5% no seu Produto Interno Bruto (PIB).

Vale ressaltar que o PIB chinês corresponde, atualmente, por 16% da economia mundial, contra 4% no início do século. Portanto, o impacto da sua queda refletirá em outros países do mundo..

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PIB chinês corresponde por 16% da economia mundial

Apesar disso, a China deve se tornar a maior economia do mundo até 2030. A previsão foi feita por economistas da HSBC Holdings Plc, em um novo estudo que reúne 75 nações.

Como a queda da economia da China influencia no mundo?

Sinais crescentes de fraqueza da economia da China alimentam o nervosismo mundial. Eles pesam, principalmente, sobre os lucros de empresas que vão da Apple a grandes montadoras.

Isso porque a China transformou-se em uma enorme fábrica mundial. Grande parte dos produtos comercializados no planeta é fabricada no país.

Portanto, o fluxo de capital aumentou, permitindo que a China ganhasse relevância em termos globais. Graças às estratégias adotadas desde os anos 80, o país asiático fortaleceu sua estratégia financeira.

Consequentemente, pouco a pouco, passou a ser um importante comprador de ativos financeiros tanto dos Estados Unidos quanto da Europa.

A disponibilidade de mão de obra na China faz com que ela seja um competidor quase invencível nos itens de manufatura.

As economias que tentarem competir com a China no mesmo segmento enfrentarão problemas devidos aos baixos custos que podem ser conseguidos pelo gigante asiático.

Quais os reflexos no Brasil?

Em 2019, a balança comercial com o país asiático registrou superávit de US$ 29,5 bilhões. Os chineses compraram US$ 65,3 bilhões em produtos brasileiros, enquanto o Brasil importou US$ 35,8 bilhões.

O produto mais exportado aos chineses é a soja triturada, com 48%. Ela é seguida pelo minério de ferro, petróleo bruto e celulose.

Por outro lado, importamos produtos manufaturados. São produtos como circuitos impressos, peças de telefonia, partes de aparelhos receptores e transmissores.

O peso dos chineses dentro da nossa pauta de exportações, portanto, supera inclusive a de blocos econômicos inteiros, como a União Europeia e o Mercosul.

“Tudo que acontece na China tem um impacto porque é o segundo maior importador do mundo. Os efeitos serão sentidos nas commodities como petróleo, soja, proteínas e minério”, explica o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

+ Brasil X China: quais os impactos na economia brasileira?

O que dizem os economistas? 

O presidente da AEB, José Augusto de Castro, avalia também que o maior impacto econômico deve ocorrer no primeiro trimestre. No entanto, é possível que os efeitos continuem sendo sentidos ao longo do ano, a depender da evolução da epidemia do coronavírus.

Já o professor Mauro Rochlin, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz evitar qualquer exercício do que ele chama de “futurologia”. Segundo ele, a epidemia representa um desafio sem precedentes para a economia mundial. 

Contudo, em relação à economia doméstica, Rochlin espera medidas mais energéticas do governo. “O momento é de se lançar mão do crédito suplementar como forma de reforçar a dotação orçamentária”, ressalta.

Em relação à economia mundial, Mauro Rochlin afirma que é muito difícil alguém nessa hora conseguir colher qualquer tipo de dado.

“Isso acontece porque estamos em um quadro extremamente dinâmico. O dado de hoje não vale para amanhã, então qualquer estudo se torna inconsistente”, indica o professor da FGV.

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