Um dos assuntos mais comentados da semana é o coronavírus. Desde como prevenir a doença, os sintomas até mesmo a crise econômica que ela está fazendo os países de todo o mundo passarem.
Um exemplo dessa crise econômica causada pelo coronavírus foi a queda das bolsas de valores de todo o mundo durante a semana passada. Somente a bolsa de valores de São Paulo teve uma queda de 14,78%, a maior desde o ano de 1998.
Além disso, o dólar bateu a marca de R$5 pela primeira vez na história do Plano Real. Ainda houve a queda do preço do petróleo e a pausa no crescimento de diversos países.
Mas quais são as perspectivas para as próximas semanas e meses? Será que as bolsas de valores irão continuar caindo? Para todas essas perguntas ainda não existem respostas. Isso porque irá depender de como o coronavírus vai avançar pelos países afetados.
Especialista classifica coronavírus como uma ‘crise de confiança social’
Para tentar analisar como tem sido o impacto dessa pandemia do coronavírus, o especialista Álvaro Villa falou um pouco sobre os impactos na economia e avaliou dois aspectos importantes: tomada de decisão e fluxo.
Villa é economista e responsável pela mesa de operações da Messem Investimentos Em entrevista ao FinanceOne, ele apontou que um dos maiores problemas do coronavírus é se tornar uma “crise de confiança social”, tendo em vista todos os impactos de sobrevivência.
“Não se pode minimizar os riscos e nem achar que é o fim do mundo”, disse.
Ele explicou que há consumos que são reprimíveis, enquanto outros desaparecem. Villa ainda citou que para alguns produtos e exportação acabam gerando uma crise, e outros não, como é o caso do café e da compra de imóvel.
“O grande problema é que para alguns setores pode ser extremamente prejudicial e para outro, consegue reposição. Tudo depende muito do quanto tempo vai durar.”
O especialista ainda comenta que há dois cenários, um onde a taxa de mortalidade é baixíssima, nas idades mais produtivas, enquanto em outras já não se sabe até aonde pode chegar.
Dessa forma, é uma doença que se propaga rápido, uma vez que antes mesmo dos sintomas aparecerem já pode haver o contágio. Sendo assim, ele explica como o impacto dessas notícias e situações podem afetar o mercado econômico.
Segundo Villa, se um motorista de aplicativo que transporta um passageiro que esteve na Itália é orientado a ficar 40 dias isolado, é necessário bastante confiança para entender que ele seguiu as recomendações médicas.
Caso contrário, o caos poderá acontecer se as pessoas não confiarem. Como? O impacto começa com o consumidor parando de andar em carros de aplicativo, deixa de ir ao cinema, restaurante e usar serviços diversos.
“..tomar várias decisões de não consumir, porque o brasileiro tem um gap educacional, cultural e de renda.”
Governo anuncia medidas para controlar crise do coronavírus
Para tentar evitar que a crise econômica se agrave no Brasil por conta do coronavírus, o Governo Federal anunciou, no dia 12 de março, algumas medidas para enfrentar as consequências da pandemia da doença.
No total foram cinco medidas anunciadas, sendo algumas delas: antecipação da primeira parcela do 13º dos aposentados, suspensão da prova de vida dos beneficiários do INSS. Além da redução do teto dos juros do empréstimo consignado.
A antecipação do 13º salário será em abril, o que normalmente ocorre entre os meses de julho e agosto. Com isso, serão R$23 bilhões liberados consumido dos aposentados e pensionistas do INSS.
Já a suspensão da prova de vida dos aposentados para o INSS será de 120 dias. Dessa forma, será possível evitar aglomerações e colocar os idosos em risco. Vale lembrar que esse processo ocorre todo ano para que o aposentado continue recebendo a aposentadoria.
O Ministério da Economia ainda pretende reduzir o teto dos juros do empréstimo consignado a favor dos beneficiários do INSS. Além de o prazo máximo das operações, como forma de aumentar a oferta de crédito.
É importante frisar que atualmente o teto dos juros é de 2,08% ao mês e, o prazo máximo para a operação é de 72 meses.
O Ministério da Saúde também anunciou que irá realizar uma lista de produtos médicos e hospitalares importados que terão preferência tarifária para garantir o abastecimento do Brasil. O objetivo é que não falte materiais para que os médicos possam tratar a população.
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