O aluguel de ações é na prática “emprestar” ativos financeiros a um terceiro interessado. O processo é semelhante a outros tipos de aluguel existentes, mas aplicado diretamente ao mercado financeiro.
Basicamente, isso acontece com as pessoas que fazem investimentos em longo prazo e, enquanto a estratégia não se concretiza, buscam no aluguel de ações uma maneira de obter uma rentabilidade.
Esse tipo de atividade pode render uma grana extra para o investidor. Trata-se de uma alternativa para rentabilizar alguns papéis ao invés de deixá-los parados na carteira.
Doador x Tomador
Doador
São os donos das ações que não possuem interesse em vender elas em curto prazo. Geralmente, são pessoas que buscam renda extra por meio do aluguel de ações.
Vale lembrar que eles procuram uma melhora significativa da rentabilidade para sua carteira.
Tomador
Investidores que buscam se beneficiar de um mercado em queda. Em geral, têm preferência por ações com um valor abaixo do mercado.
Por meio do aluguel de ações, eles as vendem para recomprá-las por um preço menor.
Como fazer o aluguel de ações?
O dono das ações informa à corretora de valores que tem interesse em alugar as suas ações.
Nesse momento, é preciso informar também a quantidade e quais os papéis que estarão disponíveis, o valor do aluguel e o prazo do contrato que pode variar de dias até anos.
Para conseguir alugar ações, o tomador precisa provar que possui capital suficiente para fazer a transação e para liquidar o contrato na data do seu vencimento.
As garantias exigidas podem variar conforme a corretora, mas geralmente incluem:
Essa transação de aluguel de ações é feita diretamente pela B3, ou seja, não há necessidade de interação ou negociação entre investidores. Com isso, esse processo acaba sendo muito seguro para o doador.
Uma dica importante é que, ao comprar uma ação, você já pode informar para a sua corretora que você tem interesse em disponibilizá-las para o aluguel.
É possível, inclusive, disponibilizar toda a sua carteira de ações para aluguel. Os títulos a serem disponibilizados, o valor e o período vão depender dos seus objetivos.
Quais são os tipos de contrato?
Reversível ao Tomador: possibilita que o mesmo encerre o contrato na hora que quiser. Quando isso acontece, o pagamento da taxa de aluguel deve ser proporcional ao tempo em que ele ficou com a mesma.
Reversível ao Doador: o doador também pode encerrar o contrato quando quiser. Contudo, nesses casos, o tomador terá quatro dias para devolver as ações assim que a solicitação for feita.
Vencimento Fixo: a partir de um prazo determinado, tanto o doador quanto o tomador devem ficar com o contrato vigente dentro do prazo pré-determinado.
Fora isso, vale lembrar que o tomador precisa pagar a taxa de aluguel definida de maneira prévia.
Quais são os riscos dessa prática?
O aluguel de ações, de maneira geral, é considerado uma operação segura, pois pode gerar rentabilidade. Contudo, também existem riscos embutidos nessa prática, e é importante estar ciente deles.
A Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) é o órgão que atua na regulamentação operacional, trazendo um elevado nível de segurança para o doador.
No entanto, o tomador tem um leque maior de riscos e precisa levar em consideração alguns aspectos, que serão destacados a seguir.
Variação
A ação flutua de preço, o que é algo comum no mercado. No entanto, isso pode ultrapassar a expectativa do tomador, gerando-lhe um prejuízo.
Por isso, é importante que ele estude bem as suas possibilidades, a fim de fazer escolhas mais acertadas e obter a rentabilidade desejada.
Liquidação financeira
A liquidação financeira acontece quando o tomador não consegue fazer a compra das ações de volta e precisa fazer o ressarcimento do doador. Logo, a etapa consiste em quitar o valor dos contratos em dinheiro.
Inclusive, há incidência de tributação sobre a liquidação. É cobrado Imposto de Renda e a alíquota é repassada para o doador, sendo semelhante à taxa cobrada na renda fixa e incidindo sobre os aluguéis recebidos.
Aluguel de ações compensa mesmo?
Contar com um aluguel de ações é uma oportunidade para aumentar o ganho de investidores que possuem expectativas à longo prazo. Por conta disso, o aluguel de ações pode ser uma interessante fonte extra de receita, visto que a remuneração pode oscilar entre 2% e 5% ao ano.
Contudo, quando falamos de custos para quem faz o aluguel de ações, é importante checar alguns números:
– Corretagem direcionada para venda ou compra das ações alugadas: R$ 10 a cada ordem executada;
– Taxa de corretagem: 0,5% em cima do valor total do aluguel, sendo o mínimo de R$ 50. Lembrando que esta taxa é cobrada no ato do aluguel.
– Taxa de liquidação da CBLC: 0,25% a.a., ficando o mínimo de R$ 10. Essa taxa costuma ser cobrada no momento em que o contrato é liquidado.
– Remuneração do doador: acertada na hora de aluguel e cobrada quando o contrato é liquidado.
Na liquidação do contrato, ocorre a cobrança do Imposto de Renda (IR). A alíquota repassada para o doador é a mesma da renda fixa, seguindo a tabela regressiva demonstrada abaixo:
Prazo / Alíquota (%)
Até 180 dias – 22,5
De 181 a 360 dias – 20,0
De 361 a 720 dias – 17,5
Acima de 720 dias – 15,0
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