terça-feira, 15 de outubro de 2019

Setembro tem deflação de 0,04%: o que significa?

O país teve deflação de 0,04% em setembro. Esse é o menor resultado para o mês desde 1998, quando o índice ficou em -0,22%.

A queda foi proporcionada, principalmente, pela redução de 0,43% nos preços dos alimentos e bebidas. Eles caíram pelo segundo mês seguido.

Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE.

No acumulado do ano, o IPCA registrou 2,49% e, nos últimos 12 meses, ficou em 2,89%.

deflação
O índice de deflação fechou em 0.04% em setembro. O que isso significa na prática?

A alimentação fora de casa desacelerou de 0,53% em agosto para 0,04% em setembro, devido à variação de -0,04% no item refeição.

No entanto, a alimentação no domicílio teve queda de 0,70% nos preços. Destaques para o tomate (-16,17%), a batata-inglesa (-8,42%), a cebola (-9,89%) e as frutas (-1,79%).

Artigos de residência e comunicação também tiveram deflação, de 0,76% e 0,01%, respectivamente.

A queda nos preços de artigos de residência foi proporcionada pelos preços dos eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e de TV, som e informática (-0,90%).

Por outro lado, outros setores registraram aumento nos preços, como saúde e cuidados pessoais (0,58%) e vestuário (0,27%). O que deixou a deflação próxima de zero.

Dez localidades tiveram deflação

Entre os 16 locais pesquisados pelo IPCA, dez tiveram deflação. Destaque para São Luís (-0,22%), em função da queda observada na energia elétrica (-6,97%).

Também tiveram quedas acentuadas Belo Horizonte (-0,18%), Brasília (-0,17%) e Rio de Janeiro (-0,13%).

Contudo, a maior variação positiva ficou com Goiânia (0,41%). Principalmente por conta da alta no preço da gasolina (2,80%).

Mas, o que isso significa na prática?

Em termos gerais, deflação é o processo inverso da inflação. Ou seja, uma diminuição do índice de preços ao consumidor ou de uma queda de preços.

Portanto, o valor da inflação assumiu um valor negativo.

Uma das principais causas de deflações prolongadas é a recessão, ou seja, as crises econômicas. Nesses períodos, os consumidores compram menos e forçam as empresas a produzirem menos.

Na história recente do Brasil, o IPCA registrou deflação pelo período de três meses – entre julho e setembro de 1998.

Na época, houve uma desvalorização das commodities e diversas crises financeiras pelo mundo.

O que, portanto, acabou impactando a nossa economia.

O resultado é bom ou ruim?

Em um primeiro momento, a deflação é favorável ao consumidor. Contudo, a longo prazo, pode ser um problema.

Isso porque a deflação pode ser pior do que a inflação tendo em vista que desincentiva a produção. Ou seja, o produtor que não há consumidor.

Para o economista André Braz, professor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, isso é um risco que pode criar um efeito dominó. Segundo ele, se não produz, não contrata, ou até demite.

Em relação a deflação, Braz diz que o resultado de setembro foi muito próximo de zero e não aconteceu em todos os setores.

Dessa forma, de acordo com economista da FGV, não há motivo para grande preocupação.

Afinal, ele afirma que a inflação fechará o ano dentro da meta. Principalmente pelos resultados dos meses de novembro e dezembro, que têm projeção de alta de preços.

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